quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Sê todo em tudo...

O dia a dia de cada um é construído por momentos, por acontecimentos, por experiências, por sensações…Nada acontece por acaso, tudo tem um objectivo. Se as coisas acontecem de uma maneira, é porque estava predestinado que acontecessem assim mas, em cada uma das nossas condutas a nossa mente intervém de forma primordial. Não basta ficarmos à espera que o destino nos reserve as maiores surpresas e nos realize os sonhos, é necessário agir, correr riscos, enfrentar, lutar, para que no fim consigamos dizer: sim, sinto-me realizado. Cheguei onde queria!
Quantos de nós não tem sonhos por realizar? Quantos de nós não nos perdemos em pensamentos menos bons e esquecemos aquilo no qual deveríamos de depositar a nossa total preocupação? Sim, falo precisamente na realização dos nossos sonhos, dos nossos objectivos. Como poderemos nós dizer que nos sentimos realizados e satisfeitos se não fomos capazes de lutar por um objectivo e chegar ao fim do mesmo e dizer: mais uma meta alcançada.

“Para ser grande sê inteiro.
Nada Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és no mínimo que fazes…”

Ricardo Reis, tinha toda a razão, aproveitar a vida (carpe diem) e todos os momentos de felicidade. Mas não esquecer que para sermos alguém temos de ser nós mesmos e completos naquilo que fazemos. Sentirmo-nos culpados ou derrotadas não adianta, sentir-nos realizados, alegra-nos e transmite para outras pessoas a pessoa determinada que somos.
Sim, também eu sei que é difícil fazer as coisas desta forma e que falar ou escrever é sem sombra de dúvida a forma mais fácil, mas será que chega? Chega saber que não somos capazes de nada, que nos achamos inúteis, que nos menosprezamos, que a sociedade nos acha uns falhados, que têm pena de nós e que nos passam a vida a chamar à atenção? Creio que não, creio que aspiramos sempre a algo mais. Todos nós temos objectivos de vida, mesmo que os consideremos impossíveis. Nada é impossível. Faz algum sentido estarmos vivos e não darmos graças a isso? Quantos não morreram e deixaram a meio a sua missão terrestre? Quantos não deixaram os seus filhos abandonados, porque a hora deles chegou? E quantos desses filhos se perderam na vida, porque não aguentaram o sofrimento? Que seria de nós se a pessoa que mais amamos nos abandonasse e nos deixasse uma vida pela frente sem ninguém a quem recorrer? Sentamo-nos, fechamos os olhos, deixamo-nos envolver pelo momento e o melhor que temos a fazer é recordar os bons momentos com essa pessoa. Os sorrisos, os risos, os passeios, as conversas…tudo e mais alguma coisa que nos faça recordar da melhor forma possível essa mesma pessoa. Tudo o que nos permita esquecer as lágrimas, o desalento e o desgosto dessa perda.
Os Objectos que nos deu, expressões que dizia, piadas que contava e até um simples toque na nossa face em qualquer momento da vida, pode ser recordado com um simples fechar de olhos e, quando damos por ela, estamos a sorrir. Sorrimos de alegria, choramos porque se foi, choramos porque precisamos dessa pessoa para nos apoiar e nos dar um abraço quando assim for preciso. O reconforto!
Nada mais tenho a dizer, apenas posso mencionar que há perdas difíceis de ultrapassar mas se não dermos a volta por cima e enfrentarmos as coisas, iremos sofrer muito na vida. O importante é seguirmos o nosso caminho e descobrirmos o que o destino nos reserva, vivendo dia após dia sem pensar no passado ou no que ainda poderá acontecer.
Se a vida são dois dias, para quê passar um deles a pensar no outro? Age e acredita que sairás vencedor!

Vive a vida tal e qual ela é.