segunda-feira, 2 de maio de 2011

As encobertas do silêncio

Silêncio...escuridão...inquietude...perdição...



São tantas as palavras que podem descrever a noite, e quem de nós não gosta dela? Quantos não anseiam pelo fim do dia, quantos não fazem da noite o seu grande dia? É verdade, às vezes damos por nós a pensar que a escuridão é a maior tentativa de fugir aos problemas. A escuridão é simplesmente uma escapatória! Com ela deixamos de ver o que está a nossa frente, mas receamos o que possa aparecer a qualquer momento. Se hoje fosse desenhar numa tela, a alegria que sentia, dava por mim a desenhar a preto...não é que não me sinta alegre, mas sinto necessidade de mais luz na minha vida, de mais claridade. Não sei de que forma nem como, mas sinto necessidade e isso é o que mais importa. Com o tempo fui aprendendo que aquilo que importa não é a justificação de cada uma das nossas condutas mas sim a própria conduta. De que vale agir se estamos sempre preocupados com o que possa surgir após a acção realizada? Às vezes é necessário que as coisas sejam pretas no branco ou brancas no preto, como preferirem...mas que sejam apenas de duas cores. Não duas cores quaisquer mas cores neutras, cores de paz e de escuridão. Cores que representem o silêncio! Palavra tão serena e inocente, mas quando a proferimos parece que o fazemos de forma tão consciente...será então tao inocente, o silêncio? Bem, receio que não. O silêncio representa todas as encobertas, o silêncio esconde todas as nossas acções...ele é simplesmente o nosso cúmplice. É tão, mas tão meu cúmplice que às vezes, dou por mim a pensar nele, a pensar nos meus erros, naqueles que ninguém sabe mas que o silêncio encobre. É tão má a sensação de refujo, de mentira....mas todos nós guardamos segredos, todos nós somos cúmplices de nós mesmos.


Sempre que agimos com consciência as coisas fluem melhor mas quando o mesmo não acontece, parece que algo nos aprisiona, sentimo-nos sujos durante tanto mas tanto tempo....mas a quem podemos contar todas as nossas acções? Em quem podemos confiar, realmente? Pois, a verdade é que sempre achei que a vida me iria proporcionar todas as maravilhas do mundo, mas não. Sempre que estamos bem, tudo muda...mas eu sei que com força e vontade de ultrapassar tudo, tudo muda de novo. Às vezes acho que todos nós somos bipolares, ora estamos bem, ora estamos mal, ora rimo-nos, ora choramos, ora queremos confusão, ora silêncio....e chega! É verdade tudo vai dar ao silêncio...mesmo o fim do dia vai dar ao silêncio imaginem só, se pensarmos que esse fim do dia implica dormir. Mas ao contrário do que se pensa, a dormir, o silêncio permanece à nossa volta mas na nossa mente, a confusão instala-se. É uma multidão de ideias que por vezes nos deixam cansados só de pensar nelas.


Tento saber como é que todas as coisas acontecem, qual a realidade que me rodeia mas mesmo tentando e voltando a tentar, não consigo descobrir. Não consigo desvendar a verdade sobre as coisas...pois é, realmente não há verdades absolutas e mesmo que tentasse descobri-las, acabava por me desiludir, porque a vida passaria a ser monótona...sim, porque o nosso dia a dia é passado a conhecer, a desenvolver novos conhecimentos, novas atitudes, hábitos e simplesmente, novas teorias. Sem esse desenvolvimento, eu próprio, não consegui viver. Parado, sereno, sem nada para fazer? Bem, não faz o meu estilo e sei que não faz o estilo de grande parte da população, ainda que digam o contrário. A população está ainda tão retrógada que quando falamos em mudança, ou término de alguma coisa, não sabem o que fazer e desorientam-se. Isto, porque a população não usa o seu interior, não usa o seu lado irracional para desvendar coisas que pela via racional, dariam uma grande depressão. É verdade, pensar de mais sobre as coisas prejudica-nos e o silêncio leva a que isso aconteça...assim, esta palavra pode também ser bipolar, porque não só nos induz ao relaxamento mas também ao stress.


Estou neste preciso momento, sem luzes ligadas, sem música...mas com um aglomerado de ideias que tento transpor para esta reflexão. Estou em silêncio mas não no sentido profundo da palavra!




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